INTELECTO DA CACA

Paulo Tavares. Desempregado. Licenciado. Frustrado com a vida. Alguém com demasiado tempo livre

quarta-feira, novembro 15, 2006

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O confrontar de olhares enternecidos, com uma pontinha de languidez à espreita é o início dos tumultos. Quem diria que algo tão aparentemente inocente daria origem ao despertar de sentimentos tão primitivos?
Segue-se o choque de narizes, o primeiro beijo na face rosada devido à temperatura daquele recanto encontrado subir de forma exagerada, e sem nenhum dos intervenientes perceber como...
Aqui é que as coisas se complicam. O contacto com os pescoços, parte deveras sensível, que indicia já o que poderá acontecer nos próximos momentos. Anseia-se, pensa-se? Não, neste momento já se dá início à libertação, confrangedora numa primeira fase, desavergonhada e sem qualquer atitude púdica, aquando da revolução. As amarras estão soltas, o barco percorre as primeiras milhas daquele continente nunca explorado que é o corpo de uma mulher.
O primeiro sussurro, espasmo, ruídos prazerosos integram a sinfonia do amor no seu último ensaio.
(It may continue...)

sexta-feira, novembro 10, 2006

Com a celeridade que apareceu... Se esfumou. Não esperava eternidade, nem sequer momentos marcantes que bailariam no salão da minha memória. Vai-se manter aquela imagem difusa, inebriada. Aquela que sabes que aconteceu porque nos negamos a pensar que poderia não ter acontecido. Que ambicionaste, mas nunca o admitiste. Que mantiveste aprisionado no teu pensamento, mas ao qual sempre quiseste dar asas, e deixá-lo planar ao sabor da brisa do teu contentamento.
Acabou. Deverei guardar os bons momentos que imaginei mas não vivi? Deverei entristecer sobre o mal que não me fizeste? Saberei viver contigo depois da não-vida que partilhámos?

quinta-feira, novembro 02, 2006

Perguntas

Porque é que as situações mais simples dão azo às mais complicadas decisões da nossa vida?
Porque é que sempre que penso que controlo tudo, algo aparece para desmoronar essa falsa acalmia?
Porque é que não é difícil gostar, mas detestar se torna tão óbvio?
Porque é que fazemos questões em quantidade relativa, mas nunca perguntamos em qualidade?
Porque é que questionamos os outros, e nunca a nós próprios?
Porque é que as coisas mudam, quando pensamos que tudo está perfeito?

Eu tenho resposta para algumas destas perguntas. Não são fáceis de encontrar, mas se o empenho e a dedicação forem fortes, é possível encontrá-las. Nunca nos serão entregues de mão beijada, nem nunca serão respostas suficientes, que esclareçam na sua totalidade aquilo que procuramos. Mas serão certamente a primeira fase do nosso próprio conhecimento em conjunto com o conhecimento dos outros.
Fazer as perguntas certas e obter as respostas erradas são as bases para um melhor entendimento entre tantas criaturas erróneas e cheias de falhas. Entre tu e eu.