INTELECTO DA CACA

Paulo Tavares. Desempregado. Licenciado. Frustrado com a vida. Alguém com demasiado tempo livre

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Objecto/Subjecto

A falta de objectividade é um mal de que padeço. Sempre vazio, desobstinado, sem conteúdo. Não tenho culpa. Atribuo esta falha no meu metabolismo lírico-poético ao vazio que encontro em certas partes da minha vida. Preocupando-me demasiado em dar formalidade às palavras, devaneio em termos que revestem a minha escrita de um exo-esqueleto de trivialidades. Sem menção de algo concreto e explícito, sem mensagem subliminar, textos aborrecidos de palavras aborrecidas. Conjuntos de logismos sem par que tome as rédeas, que assuma controlo, que restabeleça ponderação, que lhe dê o sentido. Um sentido, por mais absorto de significância que seja.
Então, porquê continuar a deambular pelas bermas da temática, se pelos vistos não tenho o que é inverosímil à auto-estrada do pensamento?
Pois bem, resposta simples, tão simples: percorrendo mais quilómetros de lápis na mão, conhecendo a borracha como uma companheira a quem nunca atraiçoámos, chegaremos ao mesmo destino, seja lá ele qual for. E aí, quem será o mais simplista, o mais oco de sentido?

terça-feira, janeiro 16, 2007

I'm not good with titles...

Mundo no turbilhão, a que cada palavra soa rasgada
De indecisão, em que cada pedra lançada
Bate no chão, e salpica de sangue e de morte
Aqueles que não, não merecem da vida tamanho corte
No coração, que bombeia a fome e a vida
Tal como Abraão, sente a falta da voz amiga
Real ou ilusão?, se a fatia que me cabe não me convence
Da maldição, que é perder o bom sem que se pense
Pois eles não são, aquilo que sempre exigias
Não te dão o pão, que alimenta o que desafias
Sem direcção, pois não julgues que tudo está feito
E não o farão, pois não existe esse mundo perfeito...

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Fotografo de magenta o sentir da beleza enrodilhada num corpo indefinido.
Açambarco o acumular de palpitações retratadas num desejo puro.
Devolvo o sonho à providência; existência secular, tradição nefasta.
Regorgito emoções à velocidade a que o crisântemo desperta no sol, àvido de banalidades.
Espírito-guia, que escurece o caminho do entendimento e ilumina em tons laranja o descarrilamento do oposto.
Brado aos céus, cometas, átomos; brado pela indefinição, pela incerteza, pelo caos, pela anarquia, tudo encoberto com um submanto de contrariedades disfarçadas de azuis sentidos e de verdes escorraçados.Menos com menos sempre deu mais.